Foto: Alex Regis
A caminhada, organizada pelo agricultor e empresário Marcos Lopes, começou às 4h da última sexta-feira. A saída foi do Museu do Vaqueiro, onde é realizado o "Forró da Lua", e contava com sete caminhantes. De lá, percorreram fazendas, canaviais, lamaçais e enfrentaram o desgaste físico potencializado com o sol forte e, em outros momentos, chuva fina. Com paradas para alimentação, descanso e pernoites, a caminhada durou quatro dias. "A cada dia, andamos cerca de 30 quilômetros. Com exceção do sábado, que caminhamos mais de 40", disse Marcos Lopes.
A ideia da "romaria" surgiu com a promessa da mãe do empresário. Há cerca de dois anos, ao voltar de uma cavalgada, Lopes se envolveu em um acidente e quebrou a perna. A recuperação foi complicada e demorada. "Foi então que minha mãe fez a promessa para Santa Rita de Cássia pedindo pela minha saúde. Se eu ficasse bom, iria andando até o santuário lá em Santa Cruz", explicou.
Apesar de ter um aspecto religioso, diferente de romarias tradicionais, a "Caminhada da Fé" não contou com pessoas rezando terços, velas acesas ou imagens de santos. Durante o percurso, conversas animadas, "causos" e contos do homem-do-campo contados pelo próprio Marcos. Foi assim durante os quatro dias. A primeira parada, no município de Vera Cruz, contou com apresentações culturais durante a noite. Durante o dia, pé no chão.
Os participantes da caminhada adentram o Agreste Potiguar por rotas alternativas, de difícil acesso para veículos. No entanto, três veículos e um quadriciclo faziam a rota convencional dando apoio aos andarilhos. Uma das participantes, a estudante Nívia Barros, precisou de atendimento médico. Mas, nada grave, apenas uma reação na perna por causa do contato com urtiga. "Tomei um remédio e melhorou. Deu para continuar a caminhada", contou.
Eram 10h15 de ontem quando o grupo chegou ao Santuário de Santa Rita de Cássia. No trecho final do trajeto, um momento de apreensão. A aposentada Maria das Neves Morais, 75 anos, passou mal. Para conseguir chegar ao destino, precisou ser carregada numa cadeira. Nesse momento, o grupo mostrou que estava unido e todos ajudaram a senhora. A aposentada não andou os 120 quilômetros. A maior parte foi de carro. Ao chegar ao Santuário, foi à Capela para agradecer. "Outra pessoa da minha idade não aguentaria isso", disse.
"Achei tudo maravilhoso e próximo ano quero fazer uma nova caminhada", disse a hoteleira Jaqueline Carvalho, 48 anos. Ela e o marido, o também hoteleiro Geovani Carvalho, 50 anos, entraram no grupo no município de Vera Cruz e completaram o restante do trajeto. Aos pés da imagem de Santa Rita de Cássia, o empresário Marcos Lopes dizia que a sensação era de dever cumprido. "A caminhada foi especial. Temos que valorizar a nossa terra. Paguei a promessa e já penso em realizar outra caminhada por outro destino", disse.
Fonte: Tribuna do Norte - Repórter: Roberto Lucena
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito mais notícias em apenas um click!