As desfiliações do PMN dos
deputados estaduais Ricardo Motta (presidente da Assembleia Legislativa) e
Raimundo Fernandes, que pareciam rápidas e fáceis, poderão até ser fáceis, mas
não serão tão rápidas. Nesta quinta-feira (19), o Tribunal Regional Eleitoral
(TRE) começou o julgamento que andava favorável para o pedido de desfiliação da
dupla, mas acabou sendo suspenso graças a um pedido de vistas do juiz eleitoral
Nilson Cavalcanti. Na melhor das hipóteses, será retomado na próxima semana,
faltando apenas quatro sessões para a data limite da nova filiação dos
parlamentares – isso é, se eles quiserem disputar a reeleição para a Assembleia
em 2014.
“Fácil” porque a desfiliação já
havia recebido a “permissão” do presidente do PMN, Antônio Jácome. “Ninguém
pode ser obrigado a se manter filiado se a própria entidade concorda com a
saída, inclusive, levando os cargos que ocupam”, afirmou o juiz Eduardo Guimarães,
relator dos pedidos no TRE. “O próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tem
feito realmente essa análise”, acrescentou o magistrado.
A confiança de Eduardo Guimarães
na permissão da dupla de deputados foi tamanha que ele nem mesmo leu o voto todo.
Fez apenas um resumo, ressaltando ser favorável. Depois disso, o presidente da
Corte, desembargador Amilcar Maia, também fez comentários favoráveis sobre a
saída dos dois sem prejuízos aos mandatos como deputados. O magistrado,
inclusive, comparou a situação deles ao pedido do deputado federal Betinho
Rosado, que não conseguiu a desfiliação do DEM.
“Os fatos alegados (na situação de Betinho)
não eram contemporâneos ao pedido de desfiliação e é importante que sejam para
que não pareçam que o indivíduo fique com o salvo conduto para quando quiser
pedir a desfiliação”, afirmou Amilcar Maia. No caso de Betinho, a alegação dele
foi que havia sido discriminado na eleição de 2010, quando o DEM fez doações
financeiras para outros candidatos a deputado e não fez a ele. No caso de Ricardo Motta e
Raimundo Fernandes, os dois alegam isolamento dentro do partido. “Houve um
verdadeiro alijamento deles na vida do partido e a questão ocasionado,
primeiro, pela decisão de se fundir ao PPS, depois, sem maiores deliberações,
desfazer a fusão, sem maiores deliberações dentro da sigla”, afirmou o advogado
Cristiano Barros, ressaltando que esse processo de insatisfação começou ainda
em 2010, mas só em agosto, quando atingiu o “ápice” do isolamento, foi que eles
buscaram a desfiliação.
Decisão política
O advogado Cristiano Barros fez
questão de ressaltar que, caso o pedido de vistas dure mais do que as quatro
sessões que faltam para o dia 5 de outubro, limite para os deputados estarem
filiados as novas siglas (um ano antes das eleições de 2014), aí a decisão vai
ser “política” deles. “Eles vão ter que decidir se permanecem na agremiação
mesmo como essa situação política ou se resolvem sair e assumir os custos da
ação judicial que está em curso e pode dar certo ou errado”, afirmou o
advogado.
É importante lembrar que os
pedidos de desfiliação dos dois não tiveram o parecer favorável do Ministério
Público Eleitoral. Contudo, passando no TRE, a nova filiação
deles deverá ser confirmada. Provavelmente o destino será o PP, presidido no
Estado pelo vereador Rafael Motta, filho de Ricardo. Fonte: Portal no Ar
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito mais notícias em apenas um click!