quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A CULPA É DO MORDOMO - POR RAFAEL DUARTE NOVO JORNAL

APÓS SETE ANOS E QUATRO MESES, JUSTIÇA DÁ SENTENÇA E CONFIRMA CRIME NO ESCÂNDALO DE SHOWS FANTASMAS DURANTE GOVERNO WILMA: IRMÃO DA EX-GOVERNADORA É INOCENTADO, MAS FUNCIONÁRIO DE CONFIANÇA PEGA 11 ANOS DE PRISÃO

A Justiça ‘culpou o mordomo’ no escândalo dos shows fantasmas. O ex-chefe da Casa Civil do governo Wilma, Carlos Faria, foi absolvido de todas as acusações no processo do Foliaduto pelo juiz Cleanto Alves Pantaleão Filho. Em compensação, Ítalo Gurgel, coordenador do órgão chefiado por Faria na época, foi condenado a 11 anos, 10 meses e seis dias de cadeia. A Justiça demorou sete anos e quatro meses para dar a sentença. Para o juiz, Gurgel premeditou sozinho o crime de peculato, no qual mais de 30 shows de bandas de axé e orquestras de frevo foram ‘pagos’ sem que, de fato, as apresentações acontecessem. “Em que pese todo o esforço do Ministério Público Estadual, não encontro, neses autos, elementos probatórios que sejam suficientes para que se possa condenar o acusado Carlos Alberto de Faria”, escreveu o magistrado na sentença.

A folia com dinheiro público foi forjada no réveillon de 2005 e carnaval de 2006 em municípios do interior do Rio Grande do Norte. O esquema foi responsável pelo desvio de mais de R$ 2 milhões do cofre estadual e ficou marcado como um dos principais escândalos do governo Wilma de Faria. O ex-diretor da Fundação José Augusto, Haroldo Sérgio Correia, recebeu a mesma pena de Ítalo Gurgel. Para o juiz Cleanto Pantaleão Filho, ele foi o responsável pela materialização do crime dentro da FJA ao solicitar a abertura de suplemento orçamentário para pagar os shows fictícios. Embora tenha assinado um termo de delação premiada em comum acordo com o Ministério Público, o empresário Fabiano Motta não escapou de condenação. Ele confessou, em juízo, que atestava a veracidade dos shows emitindo notas fiscais frias em troca de 10% do valor dos cachês que deveriam pagar as apresentações e pegou seis anos de prisão. O ex-diretor administrativo da Fundação José Augusto, Antônio Pinheiro da Câmara Filho, e os funcionários efetivos do órgão, Jefferson Tavares e Cícero Duarte, foram absolvidos. Os advogados de defesa de todos os condenados já anunciaram que vão recorrer da sentença. Procurada pelo NOVO JORNAL, a assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual informou que o processo ficou sob a responsabilidade do promotor de justiça do Patrimônio Público, Flávio Pontes. Porém, em virtude da participação dele no Congresso Nacional dos Membros do Ministério Público, não foi possível contatá-lo até o fechamento desta edição.

O ex-coordenador da Casa Civil no governo Wilma, Ítalo Gurgel, está morando no Rio de Janeiro. O responsável pela defesa é o advogado Cleto Barreto. A reportagem tentou contato com ele durante a manhã e a tarde de ontem, mas Barreto não retornou as ligações Fonte: Novo Jornal



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