A ex-senadora Marina
Silva decidiu se filiar ao PSB e admite a possibilidade de sair como candidata
a vice na chapa do governador Eduardo Campos (PE) nas eleições presidenciais do
ano que vem. A decisão foi tomada após conversas iniciadas na noite de ontem e
concluídas na manhã de hoje. Até então, Marina era, assim como Campos, virtual
candidata à Presidência da República nas eleições de 2014. Segundo a Folha de
S.Paulo apurou, Marina está discutindo com aliados a melhor maneira de explicar
publicamente as razões pelas quais poderia ser vice na chapa. Em 2010, ela
concorreu à Presidência e foi o “fator surpresa” ao conseguir 19,6 milhões de
votos e ficar em terceiro lugar.
O
coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, disse que o lançamento de
Marina como vice de Campos é “uma possibilidade” no ano que vem. “A Marina
reconhece a candidatura posta do Eduardo Campos e se dispõe, desprendidamente,
a ser vice em eventual candidatura”, afirmou. “Mas a disposição de ambos é de
tratar isso com tranquilidade, sem ansiedade.”
Segundo ele, pesou
para a decisão de Marina de migrar para o partido de Campos “a aderência
programática maior com o PSB”. Para ampliar a força do grupo contra a
polarização PT-PSDB, o PPS está sendo chamado a integrar a coalizão. O partido
foi uma das legendas que ofereceu abrigo a Marina após o veto da Justiça
Eleitoral ao partido que ela tentou organizar, a Rede Sustentabilidade. A união
tem o objetivo de formar uma consistente terceira via na corrida ao Planalto,
em contraposição à candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e
à postulação do oposicionista Aécio Neves (PSDB).
Em sua entrevista
ontem, Marina já havia dito que sua decisão levaria em conta o desejo de
“quebrar” a polarização política existente no país. Desde 1994, PT e PSDB são
os principais antagonistas no cenário político nacional. Ontem, enquanto Marina
Silva discutia seu futuro com aliados, o primeiro contato de Eduardo Campos foi
feito. Em seguida, ele pegou um avião para Brasília para ter uma conversa
pessoalmente com a ex-senadora.
Fracasso da
Rede
A decisão de migrar
para o PSB foi tomada após a Rede Sustentabilidade não ter passado no teste das
assinaturas, conforme decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última
quinta-feira (3). Para disputar as eleições de 2014, ela precisa estar filiada a
um partido político até hoje. O Tribunal negou o registro por 6 votos a 1, após
concluir que seus organizadores não alcançaram o respaldo popular exigido pela
legislação, de pelo menos 492 mil eleitores –faltaram quase 50 mil assinaturas.
As esperanças da Rede
começaram a ruir logo no início da sessão, com o voto da relatora do processo,
Laurita Vaz, que considerou “inconcebível no ordenamento jurídico” o pedido da
Rede para que o TSE aceitasse quase 100 mil assinaturas rejeitadas sem
justificativa pelos cartórios eleitorais nos Estados. Depois do naufrágio no
TSE, Marina passou a discutir o convite recebido por oito legendas, tendo
centrado seu foco no PSB e no PPS devido a dois fatores: serem duas legendas
com integrantes e atuação relativamente similar à da Rede Sustentabilidade e
terem já estruturas montadas nacionalmente e nos Estados. De acordo com a
última pesquisa do Datafolha, do início de agosto, Dilma lidera a corrida para
2014, com 35% das intenções de voto. Marina tinha 26%. Aécio (13%) e Campos
(8%) vêm logo em seguida. Fonte: Portal no Ar
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