O referencial da nossa conversão é Jesus Cristo. Sua pessoa e sua obra. Alguém poderia perguntar onde este mestre e senhor pode ser conhecido? A resposta é imediata: na palavra de Deus, claro que sem negar os demais lugares de encontro (cf. DA, n. 246-275). O princípio teológico e hermenêutico para o inicio deste processo é saber que ele “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava voltado para Deus, e o Verbo era Deus (...) e o Verbo se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,1.14). Mesmo com sua preocupação circunstancial, a teologia paulina seria utilizada no futuro para que nós possamos compreender universalmente a importância da sua eclesiologia para o passado, para o presente e, ainda mais, para o futuro. Os padres conciliares ao apresentarem a Igreja, metaforicamente, como corpo de Cristo afirmam que “assim como são muitos os membros do corpo humano, mas o corpo é um só, também os fiéis (cf. 1Cor 12,12). Na edificação do corpo de Cristo há igualmente diversidade de membros e de funções. O Espírito é sempre o mesmo, que distribui os seus dons segundo sua generosidade, as necessidades do ministério e a utilidade da Igreja (in. LG, cf. 1Cor 12,1-11)”. Sem delongas, vale sublinhar três ações que sinalizam a augusta necessidade da Igreja como luz do mundo, a saber: 1) O testemunho; 2) A comunhão e 3) O profetismo.
O testemunho: O mundo está carente de testemunhas do Evangelho. Jesus, depois de falar da importância das bem aventuranças, acrescentou que os seus ‘ouvintes’ devem ser “Sal da terra e Luz do mundo (cf. Mt 5,13-16)”. As pessoas perderam os referenciais da Verdade. Esta inclui, sem dúvida, as palavras e as obras. A ação humana só ecoa se estiver carregada de testemunho de vida. Os pensadores da Humanidade falam duma crise do humano. Se existe uma confusão do que é humano é porque existe um obscurecimento do que é divino. O ocultamento de Deus é uma inventiva desumana de quem não entende que Ele é necessário para o esclarecimento humano. A crise da Era Posmoderna, delineada por pensadores sociais, é visível diante das crises existenciais do Humano. Os desencontros pessoais e globais são bases para a reflexão do que é mister ser mudado para o bem futuro da Humanidade. O testemunho cristão é Luz para essa empreitada. Isso porque é constituído sobre palavras de Vida Eterna.
A Comunhão: Esta constituição nos levará a uma possibilidade e necessária comunhão universal. Nenhum projeto de ética ou humanismo tem consistência sem uma unidade que respeite as diversidades. Claro que será uma projeção da Esperança cristã. Não da Utopia, que é um “não lugar”. A via cristã tem lugar no tempo e no espaço da História da Humanidade. Por isso, um sacramento universal de Vida e Salvação é condição imprescindível para esta realização.
O Profetismo: O verdadeiro profetismo não violenta a realidade. Infelizmente durante algum tempo existiu alguém que achou isto. A profecia para ser autenticamente divina não dispensa o que é humano; mas o aperfeiçoa e o condiciona à vontade de Deus. O amor e a razão elevam as atitudes do profeta. Ele não pode ser um mero visionário. Por acaso, o que é de Deus é ilusão?! Deus pode ser o Pai de uma mentira? A História da Salvação para quem tem Fé é um auto-engano? Não. Como Discípulos de Jesus Cristo, somos chamados a ser profetas no Mundo, hoje.
Por fim, que nossas atitudes como filhos de Deus e da Igreja sejam as marcas da credibilidade tão necessária para consecução duma Sociedade onde ainda possa reinar a Verdade e a Justiça. Estas fortalecem as pessoas e a comunidade. Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú-RN
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