quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"ELIZA SAMÚDIO FOI ASSASSINADA, E O MANDANTE FOI O GOLEIRO BRUNO." DISSE MACARRÃO



Depois de quase 3 horas de julgamento, já nessa madrugada, Macarrão, o amigo do goleiro Bruno, que vem sendo apontado como o responsável pela morte da ex-amante do jogador, Eliza Samúdio, deixa claro o que setores da justiça ainda não têm certeza: que a moça foi assassinada. E deixa mais claro ainda que o plano para matar não partiu dele, e sim do próprio Bruno.

Eis trechos do depoimento, com perguntas da juíza Marixa Fabiane:

-Macarrão diz que notou uma aparência estranha em Bruno durante uma conversa ao telefone. Ele diz que Bruno pediu para que ele levasse Eliza na toca da raposa perto da Pampulha, porque teria uma pessoa esperando por ela lá. “Ele falou que ia…”

-”Antes de dizer o que ele ia fazer, eu quero dizer, que eu disse pra ele deixar aquela menina em paz”, afirmou.

-Macarrão disse que falou para Bruno que vários outros já estavam presos. “Ele falou que era para deixar com ele”, disse. “Olha Bruno, qualquer coisa que acontecer o pessoal vai colocar a culpa em mim”

-”Eu estou indo sim, como seu funcionário, eu só quero que você saiba que você vai acabar com a sua carreira”, diz ele. Macarrão responde que não sabia o que ia acontecer com Eliza, mas que “pressentia”

-Bruno falou: “Eu sou pica, deixa comigo, eu sou o Bruno”, segundo Macarrão. Bruno disse isso batendo no peito, conforme o relato do réu

-Macarrão disse que pediu para Bruno contar o que estava fazendo, e ele respondeu: “Larga de ser bundão”

-”Ele ia levar ela para morrer“, diz Macarrão, “eu estava pressentindo”

-Macarrão diz que Bruno falou que uma pessoa estava esperando no local indicado. Macarrão afirma que foi com Jorge levar a Eliza até lá. “Quando cheguei lá, foi tudo muito rápido”, afirma. “A expressão de bundão é que eu zelava para poder ser o melhor. Eu saí já correndo, quase bati o carro no poste. Não vi [quem levou], estava muito escuro. Era um Palio preto, a pessoa tirou a Eliza da Ecosport

-Ele disse que não viu quantas pessoas estavam no Palio preto, pois “nunca tinha lidado antes com essa situação”

-Macarrão diz não saber se a pessoa que falou por telefone com Bruno é a mesma pessoa que estava no Palio preto. “Pode ser, por toda situação”

-A juíza pergunta se ele se sente mais aliviado. “Eu guardei tudo isso. Eu não aguentava mais, eu não sou esse monstro que todo mundo colocou”, afirma. “Se tem alguém aqui que acabou com a vida, foi ele [Bruno] que acabou com a minha vida”, diz. “Eu vou ser um arquivo vivo. Minha família está crescendo, minhas filhas, eu tenho medo de perder tudo. Eu tenho medo de morrer, mas eu sei que acabou isso tudo”

O promotor Henry Castro começa a fazer perguntas para o réu

-”Inicialmente quero saudar o senhor pela coragem de dizer o que disse nesse interrogatório”, diz o promotor

-Ele pergunta se Macarrão se sente traído. “18 anos de amizade, eu não estava com o cara por causa de dinheiro, da fama dele, eu me escondia disso tudo. Eu admirava ele. Em 10 meses preso, ele olhava para mim, via eu chorando, e ele falava para mim: me perdoa por aquela gravação no Fantástico”, diz o réu

-O promotor pergunta quem ficou prejudicado com o silêncio do réu.. “Em primeiro lugar eu mesmo”, diz. “E os outros réus no processo”, mas ele afirma que o silêncio beneficiou Bruno

-Macarrão diz que, depois do crime, em outubro, ele mentiu no depoimento e acabou sendo condenado injustamente no Rio de Janeiro. “Eu menti para ajudar o cara. O Bruno” 

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