Ontem, dia 12 de outubro de 2011, deveria ser um dia amplamente comemorado por todos os brasileiros, pois é a data de nascimento de uma mulher que saiu do sítio Floresta, no interior do Rio Grande do Norte, no século XIX, e passou pelos estados mais importantes no Brasil da época: Pernambuco, Monte Alegre e Rio de Janeiro, até chegar ao Velho Mundo: Portugal, Itália, Alemanha, Grécia, Bélgica e França. E por onde ela passou imprimiu a sua biografia na área da educação, da literatura, da emancipação da mulher, da luta contra a escravidão e a favor dos indígenas. Isso deve ser motivo de orgulho e admiração. Nísia Floresta, naquela época, lutou para que, atualmente, a sociedade pudesse ter acesso a bens sociais e culturais que foram negados, ao longo do tempo, à mulher e minorias, por preconceito de raça, gênero e situação econômica. Em tributo a este dia, seguem alguns relatos de Nísia e sobre Nísia:
“Um dia raiará mais propício para nós, em que os escolhidos da nação brasileira se dignem de achar a educação da mulher um objeto importante para dele se ocuparem, com a circunspeção que merece”. (Nísia Floresta:Opúsculo Humanitário)
“Enquanto pelo velho e novo mundo vai ressoando o brado – emancipação da mulher – nossa débil voz se levanta, na capital do Império de Santa Cruz, clamando – educai as mulheres! (Nísia Floresta: Opúsculo Humanitário)
“Em agosto, devo inicialmente registrar-me primeiro contato direto com a nobre viúva brasileira que me oferece, de coração, de espírito e de caráter, todos os indícios de uma preciosa discípula, se eu puder trans formar um pouco de seus hábitos metafísicos.” Augusto Comte - Duodécima Confissão Anual, 1856.
“Literata de valor, poetisa, infatigável polemista e erudita publicista, no Brasil e em Portugal, exerceu com grande proficiência o magistério. Colaborou essa ilustre compatriota no “Jornal do Comércio, no “Mercantil” e no “Diário do Rio”, bem como em várias revistas do tempo. Nísia conhecia diversas línguas e escrevia o francês com graça e facilidade.” Vieira Fazenda – Revista do Instituto Histórico Brasileiro 1885.
“Deixou manuscritos em prosa e verso, bem como grande correspondência epistolar com literatos e sábios da Europa. (...) Como poetisa todos a conhecem; em todo o caso podemos dizer o que disse um grande poeta: “ a poetisa é um pássaro que canta, canta sempre, em toda a parte e em todos os tons: não lhe pergunteis a causa de seus cânticos: ele canta porque é pássaro” – ( O País, de 27 de maio de 1885).
“Prestará inestimável serviço às letras pátrias quem estudar criteriosa e demoradamente essa por tantos títulos excepcional figura feminina, uma das primeiras da fase romântica entre nós.” (Henrique Castriciano, 03 de julho de 1938)
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